A
chegada dos Stuart ao trono significou uma grande transformação no cenário
político da Inglaterra. Abandonando as medidas liberais dos Tudor, o
recém-entronizado rei Jaime I era favorável ao poder monárquico absoluto.
Além disso, tinha apreço pelos praticantes do catolicismo, ao enxergar nesses
uma classe religiosa favorável ao inquestionável poder real.
Pretendendo
implantar tais orientações políticas, Jaime I defendia que a dominação
britânica sob a Irlanda deveria ser feita sob moldes feudais. Além disso,
buscou exercer o monopólio sob a produção têxtil inglesa. Com isso, visava
enriquecer os cofres reais e configurar uma forte influência política
independente da aprovação do Parlamento inglês. No campo religioso, enfatizou
as diretrizes católicas do anglicanismo e privilegiou os súditos católicos.
Morrendo
em 1625, Jaime I deixou o trono para seu filho Carlos I. Durante seu reinado, foi
obrigado a convocar o Parlamento para a aprovação de gastos com conflitos e
guerras. Hostilizado pela instituição, foi pressionado a assinar a Petição
de Direitos. Nesse documento, o rei se comprometia a prestar contas ao
Parlamento e colocar as questões financeiras e militares sob o domínio da
instituição. Indiferente a tais exigências, o rei preferiu dissolver o
Parlamento britânico.
Anos
mais tarde, Carlos I resolveu restabelecer um antigo tributo: o Ship Money.
Esse imposto, que antes era cobrado em algumas zonas portuárias, deveria ser
cobrado em todo o território inglês. Tal lei desfavorecia a burguesia, que
seria obrigada a limitar seus lucros frente ao tributo real. Forçado por uma
guerra a convocar o Parlamento em 1640, o rei mais uma vez levou à tona o
conflito existente entre a sua autoridade e o interesse parlamentar.
Nesse
momento, o Parlamento radicalizou sua postura exigindo total controle sobre as
questões religiosas e tributárias. Além disso, reivindicou a constante
convocação das autoridades parlamentares. Em resposta, Carlos I ameaçou mais
uma vez extinguir as autoridades parlamentares. Inconformada com a imposição
monárquica, os líderes do Parlamento convocaram a formação de uma milícia
armada que garantisse a existência do parlamento britânico. Era o início da
Revolução Puritana.
Protegendo-se
da reação popular, Carlos I dirigiu-se à cidade de Oxford com intuito de
organizar um exército capaz de combater as tropas do parlamento. Dessa forma,
estabeleceu-se uma guerra civil onde as tropas reais enfrentavam as frentes
populares armadas pelo parlamento. Esses populares, de maioria puritana
(calvinistas), formaram um grande exército que via na luta um meio de superar
suas dificuldades econômicas. Nomeados como integrantes do Exército de Novo
Tipo, esses populares começaram a se inserir no processo revolucionário inglês.
Liderados
por Oliver Cromwell, os combatentes revolucionários dividiram-se em duas
facções políticas: os diggers e os levellers. Os primeiros defendiam uma
reforma agrária espontânea que garantisse o acesso dos camponeses à terra. Já o
levellers buscavam a total igualdade jurídica entre os cidadãos e a liberdade
de culto religioso. Dessa maneira, as camadas populares inglesas se fizeram
presentes no debate político da época.
As
vitórias dos exércitos de Cromwell nas batalhas de Marston Moor e Naseby
figuraram um importante passo para as conquistas dos ideais democráticos
defendidos pelos diggers e levellers. No momento em que os mais moderados
arquitetavam a desmobilização do exército de Novo Tipo, as tropas foram
convocadas a lutarem mais uma vez contra as tropas da realeza. Nesse confronto,
o rei Carlos I foi capturado e decapitado, em janeiro de 1649.
Exercendo
grande hegemonia política, os exércitos decretaram o fim da monarquia inglesa e
a proclamação de um governo republicano. Nesse novo governo, os moderados foram
excluídos do parlamento e Oliver Cromwell foi aclamado como presidente do novo
Conselho de Estado ou Commonwealth. Acumulando poderes políticos em mãos,
Cromwell não atendeu às exigências do exército que o colocou no poder. Dessa
maneira, implementou uma ditadura que excluiu os populares das instituições
políticas.
http://www.brasilescola.com/historiag/revolucao-puritana.htm
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